A Escola Totalitária: A Educação à Serviço das Ideologias Nazista, Fascista e Comunista

domingo, 30 de setembro de 2012 0 comentários

 
Este é um resumo de meu trabalho de Prática do curso Licenciatura em História, do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI.
 
O seu tema é situado nas esferas de estudos sobre “História da Educação” e o título é: A ESCOLA TOTALITÁRIA - A EDUCAÇÃO A SERVIÇO DAS IDEOLOGIAS NAZISTA, FASCISTA E COMUNISTA.
 
Esta postagem é direcionada à minha professora, colegas de classe, amigos e estudantes em geral interessados no tema.
 
Qualquer dúvida adicional sobre o trabalho, não hesite em enviar suas dúvidas para o email: waldemarluz@gmail.com.
 
Boa leitura!

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Sugestão de filmes:

A Onda (Die Welle, 2008, Alemanha)

Baseado em uma história real, "A Onda" nos apresenta fatos sólidos de como uma ideologia pode impregnar valores e costumes de pessoas normais.

Education for Death, by Walt Disney (USA, 1943)

A animação conta a história de Hans, filho de um casal de alemães que, desde a infância, entra em contato com as ideologias totalitárias, como o racismo ariano, o culto ao líder, o antisemitismo, o desprezo à democracia, entre outras.

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Referências utilizadas para este trabalho:

CAMBI, Franco. História da pedagogia. Piracicaba: UNESP, 1999.

CURI, Fabiano. A escola totalitária. Revista Educação, São Paulo, n. 151, p. 46, nov. 2009.

 ______. Instrumento do estado. Revista Educação, São Paulo, n. 149, p. 56, set. 2009.

 DANTAS, Tiago. Socialismo e Comunismo: existem diferenças? Mundo Educação. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/socialismo-comunismo-existem-diferencas.htm>. Acesso em 30 set. 2012.

HORTA, José Silvério Baia. A educação na Itália fascista: as reformas Gentile (1922-1923). História da Educação, Pelotas, n. 24, p. 179-223, Abr. 2008. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/asphe/article/view/29249>. Acesso em 30 set. 2012.

MANACORDA, Mario Alighiero. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez, 2000.

MOSER, Giancarlo. História da educação. 2. ed. Indaial: UNIASSELVI, 2011.

Ideologia, Totalitarismo, Nazi-Fascismo e Socialismo-Comunismo

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Símbolos nazista, fascista e comunista
 
Introdução
 
O papel do professor desde a antiguidade até os dias de hoje se deu no sentido de aproximar os alunos do conhecimento para a vida, provocando uma visão crítica. Mas em certos períodos da história houve um desvio desta atuação.
 
A pressão da ideologia sobre a educação atingiu a máxima expressão nos Estados totalitários, criação típica do século XX. Observamos isto na política educativa do nazismo na Alemanha de Hitler, do fascismo na Itália de Mussolini e do comunismo na União Soviética de Stalin.

Começaremos o trabalho definindo ideologia, totalitarismo, nazi-fascismo e socialismo-comunismo.
 
Ideologia
 
Podemos definir ideologia como sendo a ciência que trata da formação de idéias e da sua origem.
 
Totalitarismo
 
Totalitarismo é uma forma de governo no qual o mesmo é comandado rigidamente por uma única pessoa. Significa a presença de um estado forte, cujo poder central tem autoridade absoluta. Esta ideologia defende que o indivíduo deve viver em função do estado. O totalitarismo está baseado no seguinte princípio: “tudo no Estado, nada fora do Estado e nada contra o Estado”.
 
Este fenômeno político que seria muito característico de diversos regimes no século XX nasceu durante a Primeira Guerra Mundial. O conflito forçou o direcionamento da produção dos países europeus para sustentar os recursos necessários no conflito. Os governos, então, passaram por cima das divisões burocráticas e democráticas dos Estados para responder às demandas de guerra, gerando, assim, poderes excessivos para governantes.
 
Nazi-fascismo
 
O nazismo e o fascismo foram regimes políticos que surgiram durante o chamado período entre-guerras (1919-1939). O clima na Europa era de tensão devido aos problemas políticos, sociais e econômicos que surgiram após a Primeira Guerra Mundial.
 
Assim, prometendo a solução para a crise em seus países, Mussolini e Hitler assumiram, respectivamente, o poder na Itália e Alemanha.
 
Características principais do nazi-fascismo:
 
1- Totalitarismo
2- Militarismo
3- Ultranacionalismo
4- Unipartidarismo
5- Controle da propaganda
6- Culto ao líder
7- Anticomunismo
8- Racismo
9- Antissemitismo
10- Expansionismo.
 
Comunismo-socialismo
 
Desde a Revolução Russa, as palavras “comunismo” e “socialismo” vem sendo usadas como sinônimos, mas embora elas caminhem para o mesmo objetivo, elas possuem diferenças conceituais.
 
O Socialismo pressupõe que as origens dos problemas sociais derivam da desigualdade entre os indivíduos, por isso este sistema visa a extinção da propriedade privada. O governo investiria no cidadão desde o seu nascimento, ficando uma espécie de dono deste indivíduo, que teria de seguir regras rígidas. O Estado existiria para coordenar e defender os interesses dos trabalhadores contra a volta do sistema capitalista.
 
Já o Comunismo é um sistema de governo onde não existe Estado, classes sociais e propriedade privada. Todas as decisões políticas são tomadas são tomadas pela democracia operária.
 
Então, em suma, o Socialismo é uma etapa de transição para o Comunismo.

 
 
Hitler, Mussolini e Stalin
 

Educação na Alemanha de Hitler (1933-1945)

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Adolf Hitler (1889-1945)
 
Na Alemanha de Hitler, o programa do partido NSDAP (Partido Nacional Socialista do Trabalhador Alemão) reescreveu a pedagogia com base no livro Mein Kampf de Hitler, do ensino fundamental até a universidade. Logo as teorias raciais nazistas que enalteciam os arianos e colocavam todas as outras raças abaixo começaram a ganhar importância.
 
 
Campos do conhecimento foram alterados, surgindo assim uma “ciência alemã pura”, livre da interferência comunista ou judaica – a matemática alemã, química alemã, física alemã. A religião judaica virou raça e judeus foram proibidos de lecionar ou estudar.
 
 
A ginástica passou a ser utilizada para formar os futuros soldados do império. Para ser professor era necessário passar por treinamento no partido nazista. As antigas escolas públicas foram abandonadas e a educação dos jovens e crianças ficou a cargo da Juventude Hitlerista, onde os pais eram obrigados a matricular seus filhos sob pena de prisão.
 
 
Estas escolas tinham um programa de ensino militarizado. Foram criadas três tipos de escolas de elites:
 
1-Escolas Adolf Hitler, onde iam os jovens de 12 anos que se destacavam nas escolas.
 
2-Institutos de Educação Nacionais e Políticos, sob supervisão da SS (tropa de elite nazista), onde iam os habilitados à vida militar.
 
3-Castelos da Ordem, a elite da elite, com intensivo treinamento físico e especialização nas ciências raciais. 
 
Outras imagens: 
 



Educação na Itália de Mussolini (1921-1943)

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Benito Mussolini (1883-1945)
 
Na Itália de Mussolini, o Programa Nacional Fascista definia os objetivos da escola: “A escola deve ter por objetivo formar pessoas capazes de garantir o progresso econômico e histórico da nação; elevar o nível moral e cultural da massa e promover os melhores elementos de todas as classes para garantir a renovação contínua das camadas dirigentes.” E principalmente, “preparar física e moralmente os futuros soldados da Itália”.
 
 
Entre 1922 e 1923 é realizada uma ampla reforma do sistema educacional, tanto sob o ponto de vista administrativo como sob o ponto de vista didático-pedagógico, promovidas pelo filósofo idealista Giovanni Gentile, primeiro Ministro da Educação do regime fascista, que pensava a pedagogia como “ciência do espírito”.
 
 
A juventude italiana foi bombardeada desde cedo com a propaganda fascista e os estudos fundamentados em ensino religioso, em história (totalmente remodelada para engrandecer os ideais do regime) e em filosofia (também com o mesmo intuito).
 
 
Os professores foram obrigados a aceitar sem considerações a ideologia, e os estudantes enquadrados em órgãos fascistas específicos.
 
Outras imagens:
 



 

Educação na União Soviética de Stalin (1924-1953)

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Joseph Stalin (1878-1953)
 
Na União Soviética de Stalin, a política educacional passou por profundas mudanças, buscando conexão com a industrialização das cidades e com a coletivização das fazendas. É possível que em nenhum país do mundo contemporâneo no começo do século XX a educação tivesse tomado a dimensão que tomou na Rússia Soviética, assumindo importância decisiva para a construção do socialismo. A maior figura da pedagogia marxista foi o soviético Anton Semenovitch Makarenko (1888-1939), que criou as “escolas da comunidade”.
 
 
Na década de 1930, Stalin aplicou um programa específico para a educação visto que a maioria da população continuava analfabeta. A educação na URSS atingiu graus eficientes não vistos no mundo da época. Profissionais como professores passaram a ser valorizados.
 
 
O novo sistema tornava obrigatórios quatro anos de educação no campo e sete nas cidades. O número de alunos cresceu rapidamente em instituições rigidamente controladas pelo Estado para a promoção de um patriotismo soviético.
 
 
Stalin cunhou o termo “pseudo-ciências burguesas” para definir campos de conhecimento como genética, sociologia, semiótica e cibernética. Tais estudos foram proibidos durante sua permanência no poder. Professores, artistas e intelectuais que não aderiram ao regime foram duramente perseguidos.
 
Outras imagens:
 



 
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