A Grande História, Parte III (Estágio 6° sem.)

terça-feira, 2 de junho de 2015



INTRODUÇÃO

A Grande História é uma rede de direções infinitas interagindo em bilhões de anos, com eventos em todo o universo, por todo o sistema solar, em todo o nosso planeta, unindo tudo em conjunto harmonioso e em seguida, ligando estes acontecimentos à história humana no contexto do planeta, do sistema solar e do universo. Ou seja, a ideia é que o início do universo em todos os sentidos foi na verdade, muito simples: sem as estrelas, nada de vida, nada de planeta. Depois aos poucos, durante 13,5 bilhões de anos coisas novas surgiram. Essa ideia fornece uma estrutura, uma espécie de enredo. A Grande História se concentra numa série de situações onde algo crítico aconteceu, como veremos nos exemplos a seguir: o sal, o ouro, o cavalo, o frio, as armas, o sol e a água.

O SAL

O sal está ligado a toda a vida na terra. O sal tem uma história rica que com frequência se mistura à das civilizações. Por suas propriedades de conservação e preservação, o sal se transformou em símbolo metafórico de todas as religiões e definiu a evolução de alguns alimentos. Mas utilizemos três exemplos: o que o Canal de Erie (Estados Unidos), a Revolução Francesa e a muralha da China e tem em comum? O Canal de Erie foi criado para transportar este valioso item, e em sua rota foram desenvolvidas as cidades, em especial Nova York. Em 200 a.C. tinha início a construção da maior muralha defensiva de todos os tempos, a grande Muralha da China. Mas como pagar os trabalhadores? Sal! Na França, em 1789, o imposto do sal levou, em parte, ao início da Revolução Francesa. E existem outras dezenas de exemplos, como a marcha de Gandhi na Índia contra o imposto do sal ou no Brasil a chamada revolta do sal (Capitania de São Paulo e Minas de Ouro) em 1710. Algo simples como o sal, mas que põe em movimento as forças da história.

FIGURA 1 – O SAL


O OURO

Desde nosso longínquo passado, o homem foi condicionado a procurar e apreciar tudo que brilha. Foi assim quando nas savanas africanas saía em busca da água, que reluzia ao sol, ou quando ornamentava reis e rainhas. Mas a 2500 anos atrás, ele passou a ter seu uso mais importante até os dias de hoje: no comércio. E por que? Os povos antigos só conheciam sete metais: ouro, cobre, chumbo, estanho, prata, mercúrio e ferro. O ferro é duro demais, chumbo é macio demais, estanho é fraco e mercúrio é líquido. Cobre e prata são usados em moedas, mas eles mancham. O ouro não. Para os antigos, nada se comparava ao ouro. E o poder do dinheiro aliado a escassez do ouro levou a guerras e conquistas. E vale lembrar que o valor avaliado ao ouro é inteiramente imaginado. Se houvesse hoje, ouro distribuído como areia nas praias, ele teria o mesmo valor da areia. Mas o que faz este metal tão intrigante é que o ouro vai da astronomia à geologia e por fim até as sociedades humanas.

FIGURA 2 – O OURO


O CAVALO

O cavalo teve um papel chave em quase todos os empreendimentos do homem. Sem ele não haveria a transmissão das informações e especialmente da linguagem, caso da língua proto-hindú-europeia que originou o francês, italiano, hindu, grego, inglês, espanhol, alemão, quase metade do mundo. Quem domestica o cavalo vai mais longe e espalha melhor a sua cultura. Mesmo o poder equino tinha a sua limitação de distancias que poderia percorrer em um tempo razoável, determinando assim também o tamanho de território que os antigos impérios conseguiam dominar. O cavalo também revoluciona as vestimentas. Os antigos romanos precisam trocar as túnicas por calças nas batalhas. Os cavalos nos dão a força dos seus músculos e a vitória nas guerras. Por milhares de anos ele será os nossos motores. Ele nos dá energia, na medida em que não precisaremos mais carregar grandes cargas, pois este animal o fará por nós. Assim podemos concentrar forças em outras coisas, especialmente na inteligência.

FIGURA 3 – O CAVALO


O FRIO

O frio é uma das mais surpreendentes forças da natureza. Ele pode espalhar a morte, mas é a chave para a vida. Os desastres das invasões da Rússia pelos exércitos de Napoleão e Hitler se deram principalmente por causa do frio. A humanidade luta contra o frio desde o começo de nossa história. Nosso corpo não é preparado para extremos: se a temperatura cai, alguns órgãos param de funcionar para economizar calor para o cérebro. E nosso corpo todo colapsa pelo frio. O frio nos fez desenvolver as vestimentas, e descobrir o fogo. O frio também levou a divisão de raças, quando há 20.000 anos uma era do gelo castigou a humanidade. Forçado a usar roupas pesadas, que cobriam totalmente o corpo do sol, o ser humano passa a ficar sem a vitamina D, e precisa desenvolver roupas mais leves. O frio também muda os elementos de determinados metais, como o estanho. O frio se confunde com a criação das estrelas, e da própria terra. Um dia, as galáxias vão se dissipar no frio, e num universo que nasceu de uma explosão de calor, o frio reinará para sempre.

FIGURA 4 – OS EXÉRCITOS DE HITLER NA RUSSIA


AS ARMAS

Enquanto os animais tem órgãos especiais para caçar, atacar e se defender, como suas presas, garras, velocidade, força, o ser humano se revela umas das criaturas mais frágeis do planeta. Não há como ter investidas de sucesso com nossos pequenos dentes ou nossas pequenas unhas. Por isso o homem teve de criar armamentos para cumprir este fim. E tais armamentos se desenvolveram até o ponto que hoje o homem tem a capacidade de destruir até seu próprio planeta com as armas que criou. Mas embora frágil, o corpo humano é uma maravilha da biomecânica, especialmente os braços, concebido para estocar e liberar energia elástica, dando-nos o poder de mirar e atirar projéteis com uma precisão que nos destaca. O segredo sempre foi o tiro à distância. Tudo começou na lança, passou pelo arco-e-flecha, a espada, o mosquete, a espingarda, a metralhadora, a granada. E então, o controle-remoto. Outro fato interessante é que as armas são inerentes apenas aos seres humanos.

FIGURA 5 – AS ARMAS


O SOL

O sol foi o primeiro deus da humanidade. Um mestre da realidade e do tempo. A adoração ao sol é uma superstição que remonta ao início do homem na terra. Ele trazia o calor a um mundo frio, a luz a um mundo escuro. Então não é de se espantar que os primeiros humanos o adorassem tanto. E o homem criou estruturas de pedra alinhadas ao sol, em todas as culturas, em todos os tempos. O sol indica o tempo e forma os calendários, marca a passagem das estações. Nosso relógio biológico é controlado pelo sol. Tudo em nosso corpo é projetado para seguir o sol, regidos por uma pequena estrutura do cérebro chamada ritmo circadiano. Ele nos prepara para quando trabalhar, comer e dormir, mesmo estando longe do sol. E essa diferença entre o dia e a noite nos trouxe até às crenças religiosas, às diferenças entre o que é iluminado e o que é sombrio, Hórus e Seth, deus e o diabo. E o que observamos com isso é o nascimento da dualidade: se você venera a luz, deve temer a escuridão. O sol tem o poder de nos moldar.

FIGURA 6 – O SOL


A ÁGUA

A água é a substância mais comum na superfície da terra. E é também a mais destrutiva, com um poder inigualável de esmagar, esculpir e congelar. Ela compõe 70% da superfície do planeta e 60% de nossos corpos. Pelos rios, o comércio através de barcos desenvolveu as cidades costeiras, de forma muito mais barata do que a criação de estradas. E energia cinética das águas faz virar uma roda que aciona um eixo, que gira uma engrenagem e faz o nosso trabalho pesado. Ela cria energia, eletricidade através das represas. A água dos mares também traz as chuvas, pois através do sol levanta moléculas até o céu, que descem por causa da gravidade. A água impulsiona a história da humanidade com sua capacidade de movimento contínuo. Mas a água também pode trazer doenças ao transportar bactérias, por isso deve ser limpa. A água fornece o grande ambiente habitável para uma química rica. E nós somos o produto desta mesma química rica. Ela domina a história da humanidade, e você não pode viver sem o acesso a ela.

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