Tudo começa em 1530.
Chegam ao Brasil os primeiros escravos africanos. Vendidos em escala crescente por traficantes portugueses, eles tornam-se a grande massa trabalhadora na economia colonial.
Cada senhor de engenho poderia importar até 120 escravos.
1600
Os escravos nunca perderam sua humanidade: eles amaram, constituíram famílias, valorizaram seus laços de parentesco e amizade, cultuaram seus deuses, buscaram melhores condições de vida e jamais se conformaram com a escravidão. Assim começaram as fugas e muitos fugitivos se refugiavam em locais distantes e isolados, formando comunidades que ficaram conhecidas por quilombos.
O mais emblemático dos deles foi o quilombo de Palmares (região entre os estados de Alagoas e Pernambuco) que em 1694 é invadido e destruído. Acredita-se que chegou a abrigar 30.000 pessoas. Seu líder, Zumbi, foge, mas é capturado e decapitado no ano seguinte, em 20 de novembro.
1800
Em 1808 a esquadra inglesa escolta Dom João VI até o Brasil e pede em troca a assinatura de um tratado que restringisse o tráfico de escravos. A Inglaterra havia declarado ilegal o tráfico de escravos em 1772, por isso o seu açúcar produzido nas Antilhas tinha um custo maior que o do brasileiro.
O verdadeiro objetivo dos ingleses era impedir que o açúcar produzido no Brasil com mão de obra escrava, fosse mais barato. O príncipe regente Dom João VI se compromete a estabelecer a abolição gradual.
Em 1823 José Bonifácio apresenta uma representação à Assembleia Legislativa e Constituinte do Império propondo a extinção gradual da escravidão. Continua a pressão da Inglaterra e a Lei Feijó, que proíbe o tráfico negreiro, é aprovada, mas descumprida.
Entre 1833 e 1838 acontecem 3 revoltas de escravos, tendo grande impacto na classe senhorial e sendo elemento definidor na aceitação do fim do tráfico pelos senhores (Revolta da Carranca em Minas Gerais, da Balaiada, no Maranhão e o mais importante, a revolta dos Malês).
Em 1850, a Lei Eusébio de Queiroz reforça a proibição. Essa lei proibiu o desembarque de negros africanos nos portos brasileiros. Os últimos 200 escravos trazidos para o país desembarcaram em Pernambuco, em 1855.
Em 1871 é aprovada a Lei do Ventre Livre, que estabelece que filhos de escravas nascidos a partir daquela data seriam considerados livres a partir dos 8 anos. No entanto isso pouco ajuda, pois os donos do escravos podiam dispor do trabalho dos “nascidos livres” até os 21 anos ou receber títulos do governo quando a criança completasse oito anos.
Em 1880 o deputado Joaquim Nabuco apresenta projeto de lei propondo a abolição da escravidão. No mesmo ano, é criado no Rio o jornal “O Abolicionista”. Estouram revoltas de escravos por todo o país, e suas fugas são intensificadas.
Em 1885 É aprovada a Lei dos Sexagenários, que, libertava os escravos com mais de 65 anos. Essa lei também não ajudou quase nada, pois poucos escravos conseguiam viver mais de 40 anos devido as condições de vida que levavam.
Finalmente, em 1888, após aprovação pelo Parlamento, a princesa Isabel assina a Lei Áurea. Para os escravos, o primeiro dia de liberdade foi também o primeiro dia sem emprego. Por isso, muitos continuaram a se submeter às péssimas condições de trabalho para sobreviver.
Em 1890 o Ministro da Fazenda Rui Barbosa manda queimar todos os registros sobre a escravidão no Brasil.
0 comentários:
Postar um comentário